23) Após assaltar uma embarcação
turística a 5 milhas náuticas da costa do Maranhão, um bando de piratas
consegue fugir com jóias e dinheiro em duas embarcações leves motorizadas.
Comunicadas rapidamente do ocorrido, duas lanchas da Marinha que patrulhavam a área
perseguiram e alcançaram uma das embarcações a 10 milhas náuticas das linhas de
base a partir das quais se mede o mar territorial. A segunda embarcação, no
entanto, só foi alcançada a 14 milhas náuticas das linhas de base. Ao final,
todos os assaltantes foram presos e, já em terra, entregues à Polícia Federal.
Com base no caso hipotético
acima, é correto afirmar que
a) a prisão da primeira embarcação é
legal, mas não a da segunda, pois a jurisdição brasileira se esgota nos limites
de seu mar territorial, que é de 12 milhas náuticas contadas das linhas de
base.
b) as duas prisões são ilegais, pois
a competência para reprimir crimes em águas jurisdicionais brasileiras pertence
exclusivamente à Divisão de Polícia Aérea, Marítima e de Fronteira do Departamento
de Polícia Federal.
c) as duas prisões são legais, pois
a primeira embarcação foi interceptada dentro dos limites do mar territorial e
a segunda dentro dos limites da zona contígua, onde os Estados podem tomar
medidas para reprimir as infrações às leis de seu território.
d) a primeira prisão é ilegal, pois
ocorreu em mar territorial, área de competência exclusiva da Polícia Federal, e
a segunda prisão é legal, pois ocorreu em zona contígua, onde a competência
para reprimir qualquer ato que afete a segurança nacional passa a ser da
Marinha.
GABARITO: Letra “C”
Comentários: o Estado exerce sua atividade soberana sobre o mar
territorial, sendo de 12 milhas marítimas na direção do mar aberto. O Estado
exercerá o poder de polícia, fiscalização aduaneira e sanitária, possuindo
também competência para regulamentar os portos e o trânsito em águas
territoriais, sancionando assim as infrações às leis de seu território. Já a
zona contígua encontra-se adjacente ao mar territorial e, a priori, tem 12
milhas de largura. Dentro desta zona, o Estado também exercerá seu poder de
polícia, proceder à fiscalização em temas relativos à alfândega, imigração,
saúde, destarte, também regulamenta o trânsito em águas dessa região, tomando
medidas para reprimir infrações cometidas dentro desta área submetida à
jurisdição do Estado brasileiro.
24) Um jato privado, pertencente
a uma empresa norte‐ americana, se envolve em um incidente que resulta na queda
de uma aeronave comercial brasileira em território brasileiro, provocando
dezenas de mortes. A família de uma das vítimas brasileiras inicia uma ação no
Brasil contra a empresa norte‐ americana, pedindo danos materiais e morais. A empresa
norte‐americana alega que a competência para julgar o caso é da
justiça americana. Segundo o direito brasileiro, o juiz brasileiro
a) tem competência concorrente
porque o acidente ocorreu em território brasileiro.
b) não tem competência concorrente
porque o réu é empresa estrangeira que não opera no Brasil.
c) não tem competência, absoluta ou
relativa, e deverá remeter o caso, por carta rogatória, à justiça americana.
d) tem competência concorrente
porque a vítima tinha nacionalidade brasileira.
GABARITO: Letra “A”
Comentários: nesse caso, leva-se em consideração o local onde ocorreu
o fato, assim, o juiz brasileiro terá competência concorrente para julgar a
lide envolvendo o jato privado da empresa americana e aeronave comercial
brasileira, pois conforme o artigo 88, inciso III, do Código de Processo Civil,
a autoridade judiciária brasileira é competente para julgar atos praticados
dentro do território brasileiro.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.BRASIL.
Lei n. 5.869, de 11 de Janeiro de 1973. Código de Processo Civil. Brasília, DF: Congresso Nacional
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.BRASIL.
Lei n. 5.869, de 11 de Janeiro de 1973. Código de Processo Civil. Brasília, DF: Congresso Nacional
Questões e comentários enviados por Beneilton Gonçalves; Lucas Silva e
Thiago Porto, alunos do curso de Direito da UEMA
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