23) Túlio, brasileiro, é casado com Alexia, de
nacionalidade sueca, estando o casal domiciliado no Brasil. Durante um cruzeiro
marítimo, na Grécia, ela, após a ceia, veio a falecer em razão de uma
intoxicação alimentar. Alexia, quando ainda era noiva de Túlio, havia realizado
um testamento em Lisboa, dispondo sobre os seus bens, entre eles, três
apartamentos situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito
Internacional Privado, assinale afirmativa correta.
a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no
que diz respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a
legislação brasileira, pois Alexia encontrava se domiciliada no Brasil.
Errado, pois quando se
tratar de um testamento feito no exterior deve ser observado os requisitos
formais exigidos pela lei local “locus regit actum” – art. 9º, LINDB.
b) Se houver discussão acerca da que diz respeito à
observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação portuguesa,
local em que foi realizado o ato de disposição da última vontade de Alexia.
Correto, de acordo com
o art. 9º da LINDB. As formalidades alusivas à elaboração do testamento são
regidas, no Direito Internacional Privado brasileiro, pelo critério “lacus
regit actum”, em conformidade com o art. Supracitado. Este por sua vez,
estabelece que
“Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei
do país em que se constituírem”.
Logo, como o testamento foi feito em Portugal, aplicas-se a
lei portuguesa no tocante às formalidades pertinentes.
c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para
proceder ao inventário e à partilha de bens, porquanto Alexia faleceu na
Grécia, e não no Brasil.
Errado, pois compete à
autoridade judiciária brasileira proceder a inventário e partilha de bens,
situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro (art. 89,
CPC).
d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá
ser aplicada a legislação sueca, em razão da nacionalidade do de cujus.
Errado, pois o critério
adotado pelo Brasil é o do domicílio do defunto (art. 10, LINDB).
GABARITO: Letra B
24) Violento torcedor estrangeiro, integrante de torcida
organizada e arrolado como impedido de entrar em estádios de futebol durante a
Copa do Mundo, por figurar na lista da Interpol, após ter ingressado
irregularmente em território nacional e ser capturado dentro de um dos
estádios, tem a sua deportação promovida, por não se retirar voluntariamente.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
a) Nunca mais poderá o torcedor estrangeiro deportado
reingressar no território nacional.
Errado, pois o
deportado poderá reingressar ao Brasil, desde que faça o ressarcimento ao
Tesouro Nacional das despesas com a sua deportação (art. 64 do Estatuto do
Estrangeiro, Lei 6.815/85). A deportação não impede que o deportado retorne ao
território, tampouco a extradição impede que o estrangeiro extraditado retorne
ao Brasil. A expulsão sim, ela impede o retorno, salvo com a revogação do
decreto de expulsão. (Ler artigo 64 do Estatuto do Estrangeiro).
b) O torcedor estrangeiro deportado só poderá reingressar
no território nacional se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção monetária,
das despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da
multa devida à época, também corrigida.
Correto, transcrição
literal do art. 64 do Estatuto do Estrangeiro, Lei 6.815/85 - para responder a
questão em pauta, devemos nos atentar ao Estatuto do Estrangeiro, legislação
especial, que no Brasil, define quais é os direitos do cidadão imigrante que
vive no país já tem mais de 30 anos. Devemos ter, também conhecimento em
deportação, à expulsão e a extradição é fundamental tal conhecimento, bem como
está a par do Decreto –lei 86.715/1981, sem deixar de mencionar a leitura ao
artigo 5 º, inciso XLVII, LI e LII.
c) O torcedor estrangeiro deportado só poderá reingressar
no território nacional após o transcurso do lapso prescricional quinquenal para
ressarcimento do Tesouro Nacional.
Errado, não há tal
causa no Estatuto do Estrangeiro, bastando ao deportado efetivar o pagamento ao
Tesouro. Com a análise do art. 64, do Estatuto do Estrangeiro, o mesmo não
estabelece o prazo de cinco anos para o retorno ao território nacional.
d) O torcedor estrangeiro deportado poderá retornar se
comprovadamente não tiver condições de arcar com o pagamento da quantia devida,
sem prejuízo de sua própria subsistência.
Errado, não há tal
causa no Estatuto do Estrangeiro. Não haverá exceção quanto ao disposto no art.
64 do Estatuto do Estrangeiro para as pessoas desprovidas de recursos
financeiros.
GABARITO: Letra B
Referências:
Comentários retirados do site: <http://www.oabdeprimeira.com.br/como-passar-na-oab-2/questoes-comentadas-oab/questoes-comentadas-xv-exame-direito-internacional/>
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Questões e comentários enviados por Natália Lyra; Paula Rayane e Rosana
Serra alunas do curso de Direito
da UEMA. Editado e postado por Beneilton Gonçalves, Lucas Silva e Thiago Porto,
alunos do curso de direito da UEMA
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