96) Pierre de
Oliveira nasceu na França, filho de pai brasileiro (que à época se encontrava
em viagem privada de estudos) e mãe francesa. Viveu até os 25 anos em Paris,
onde se formou em análise de sistemas e se pós-graduou em segurança de rede. Em
2007, Pierre foi convidado por uma universidade brasileira para fazer parte de
um projeto de pesquisa destinado a desenvolver um sistema de segurança para uso
de instituições financeiras. Embora viajasse com frequência para a França,
Pierre passou a residir no Brasil, optando, em 2008, pela nacionalidade
brasileira. No início de 2010, uma investigação conjunta entre as polícias
brasileira e francesa descobriu que Pierre fez parte, no passado, de uma
quadrilha internacional de hackers. Detido em São Paulo, ele confessou que,
entre 2004 e 2005, quando ainda vivia em Paris, invadiu mais de uma vez a rede
de um grande banco francês, desviando recursos para contas localizadas em
paraísos fiscais. Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que
a) se a França assim requerer,
Pierre poderá ser extraditado, pois cometeu crime comum sujeito à jurisdição
francesa antes de optar pela nacionalidade brasileira.
b) a critério do Ministério da
Justiça, Pierre poderá ser expulso do território nacional pelo crime cometido
no exterior antes do processo de aquisição da nacionalidade, a menos que tenha
filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
c) Pierre poderá ser deportado para
a França, a menos que peça asilo político.
d) Pierre não poderá ser
extraditado, expulso ou deportado em qualquer hipótese.
GABARITO: LETRA
D
Comentários: Pierre é brasileiro
nato, conforme o art. 12 da Constituição Federal de 1988 e, assim, não poderá
ser extraditado (artigo 5º, LI da CF/88). Com relação aos institutos da
expulsão e da deportação, cuidam da exclusão do estrangeiro. A deportação é
aplicada normalmente no caso concreto de estrangeiro que aqui se encontre após
uma entrada irregular. Essa medida não é punitiva, mas deixa sequelas. Já a
expulsão é mais grave, pois tem como consequência a impossibilidade de retorno
do expulso ao país. Portanto, Pierre não poderá ser extraditado, expulso ou
deportado, pois é brasileiro nato.
99) A Conferência de Bretton
Woods (1944), realizada no ocaso da Segunda Guerra Mundial, é considerada um
marco na história do Direito Internacional no século XX porque
a) estabeleceu as bases do sistema
econômico e financeiro internacional, por meio da criação do Banco Mundial –
BIRD, do Fundo Monetário Internacional – FMI e do Acordo Geral de Tarifas
Aduaneiras e Comércio – GATT.
b) inaugurou uma nova etapa na
cooperação política internacional ao extinguir a Liga das Nações e transferir a
Corte Internacional de Justiça para a estrutura da então recém-criada
Organização das Nações Unidas – ONU.
c) criou o sistema internacional de
proteção aos direitos humanos, a partir da adoção da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e do
Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
d) criou o Tribunal de Nuremberg,
corte ad hoc responsável pelo julgamento dos principais comandantes nazistas e
seus colaboradores diretos pelos crimes de guerra cometidos durante a Segunda
Guerra Mundial.
GABARITO:
LETRA A
Comentários: a Conferência de
Bretton Woods estabeleceu as regras para as relações comerciais e financeiras
entre os países mais industrializados do mundo, definindo um sistema de regras,
instituições e procedimentos para regular a politica econômica internacional.
Em tal cenário foram criados o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e
o Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio.
100) Em
junho de 2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do
Sul, contrato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a
duplicação de um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país,
Pretória. As contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir
eventuais dúvidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios
técnicos de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A
construtora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação
rescisória com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso
hipotético acima, é correto afirmar que
a) o Poder Judiciário brasileiro não
é competente para conhecer e julgar a lide, pois o foro para dirimir questões
em matéria contratual é necessariamente o do local onde o contrato é assinado.
b) o juiz brasileiro poderá conhecer
e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação sul-africana, pois
os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.
c) o juiz brasileiro poderá conhecer
e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão na legislação brasileira, pois
um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras.
d) o juiz brasileiro poderá conhecer
e julgar a lide, mas deverá se basear na legislação brasileira, pois em
litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se a lexfori.
GABARITO:
LETRA B
Comentários: Tal assertiva está de
acordo com o que afirma o artigo 9º da Lei de Introdução das Normas do Direito
Brasileiro (LINDB), segundo a qual rege o contrato as leis do local onde foi
assinado.
REFERÊNCIAS
Garcia, Wander Como passar na OAB /
Wander Garcia. – 9, ed – Indaiatuba, SP: Editora Foco Jurídico, 2013.
Questões e comentários enviados por Allysson Borges, Igor Luís e Pedro Vitor, alunos do curso de Direito da UEMA. Editado e postado por Beneilton Gonçalves, Lucas Silva e Thiago Porto, alunos do curso de Direito da UEMA.
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